sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Atlético é vice-campeão da Copa do Brasil 2016




por Priscila Oliveira

O empate em 1 a 1 entre Atlético e Grêmio pela final da Copa do Brasil 2016, realizado na quarta-feira, 07 de dezembro, na Arena do Grêmio, foi o primeiro jogo após o trágico acidente com o time da Chapecoense. Nem sei se deveria ter acontecido, tamanha a consternação que tomava conta de todos. 

Na arquibancada, as torcidas irmãs se respeitavam e juntas, em coro, gritavam "Vamos, vamos Chapêêê". Foi de arrepiar! Assim como foi de arrepiar o toque do trombone no gramado com jogadores e imprensa prestando a última homenagem aos que perderam as suas vidas pelo sonho de um título de futebol. Victor, pra mim, foi o símbolo da dor e da impotência diante de um fato tão triste, naquele instante. Chorou um choro de dor inconsolável por aqueles que partiram, os seus colegas irmãos de profissão. Depois, enxugou as lágrimas e foi para seu último compromisso do ano. Pergunto-me, ele tinha condições de estar em campo com toda aquela emoção? Como ele conseguiu jogar aquela partida? Algum jogador ali, REALMENTE, tinha condição de ignorar o sentimento que tomava conta de todos?

Enfim, a bola rolou e o adversário, o Grêmio, conseguiu manter a vantagem conquistada em Belo Horizonte e ficou com o título. Dessa vez não deu para o Galo. A virada não veio, o título ficou em terra gaúcha. Se o adversário tivesse deixado a bola correr talvez a sorte tivesse sido outra para o Atlético. Mas, tenho dúvidas se foi tática de jogo, ou se foi “o que deu pra fazer” diante de uma atmosfera que não era a de uma final de Copa do Brasil. Houve muitas faltas parando o time atleticano. É certo, também, que no início da partida, no melhor momento de pressão do Atlético, faltou pontaria e inteligência para saber aproveitar a ocasião. Mas, volto a perguntar, alguém tinha condição normal de raciocinar, poucos dias após uma tragédia daquela? Jogador não é máquina. 

Não era noite para o futebol, não era noite de Galo. Ficou a sensação de que se fosse uma final, sem a comoção pelo ocorrido, daria pra virar. Ainda, assim, o menino Cazares abraçou essa noite sinistra. Aos 46 minutos do 2º tempo, em um chute lá de antes do meio da rua, fez a bola encobriu o goleiro e ir lindamente para o fundo do gol. Lindo, lindo! Um "gol que Pelé não fez! Um gol antológico que ofuscou ainda mais o brilho do título gremista. Uma obra magnânima que, por decreto, deveria valer o título. Ou, ao menos, deveria valer Prêmio Puskas 2016. (acho que a seleção já está fechada, mas não custa tentar).

Por hoje, aceito a perda do título, porque o futebol, pra mim, dessa vez, não estava em 1º lugar. Por hoje, não permito tristeza por não ter vencido. Tenho vergonha de expor a minha dor por não ter visto o Galo campeão. Afinal, a minha dor é ínfima diante da tragédia com o voo da chapecoense. Por hoje, quero sair de mãos dadas com o adversário que me derrotou. Em paz! Por hoje, quero que eles comemorem o título conquistado. Por hoje, não foi só futebol, nunca foi, ou será, só isso. 

Vamos,vamos família Chape!


Saudações Atleticanas!!!
Foto: Internet

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