terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ainda sob o efeito alucinógeno da Libertadores do Galo


por Priscila Oliveira

Coisa mais linda ver o Galo no topo da América!!!  Confesso que vivo um sonho desde a madrugada do dia 25 de julho de 2013.

Foram 105 anos de sonho e 13 jogos, mais de 20 horas de futebol, para soltar o grito de Liberdade, ainda que tardia. Tardia mas bem-vinda. Assim como a justiça tarda, mas não falha e quando é feita é bem-vinda. Campeão com toda justiça, toda reza, promessa, grito e foguete. Só de lembrar daquele pênalti e a bola na trave, me arrepio. No estádio, estava do lado inverso da cobrança, mas pude ouvir o barulho da bola na trave. Depois daquilo uma multidão comemorava loucamente, mas o grito não saía. O povo parecia não saber o que fazer com tamanha emoção.

Tudo o que milhões de atleticanos viveram ao longo dos anos, tudo o que o Atlético passou até hoje foi para preparar para este momento único que vivemos em 2013. Claro, não precisava do descenso, mas se não tivesse ido parar lá, talvez Kalil não fosse o presidente do Galo hoje. Cuca não estaria aqui, deveras Ronaldinho Gaúcho também não. Se Bernard fosse ao menos revelado, talvez ainda estivesse erroneamente na lateral-direita, Tardelli estaria dando a volta ao mundo para um dia voltar para a aposentadoria, enfim, muitos ‘se’s’. Vencemos!

Vencemos no ano 13, quando depois de 13 anos o Atlético voltou a Libertadores em um dia 13. Não tinha como dar errado. Nossa glória nasceu de toda simplicidade e malandragem que pode existir no pedido de um gole d’água ao adversário. Materializou-se com a volta de um ídolo torcedor que deixou o Alvinegro em corpo, mas não no espírito, com o muleque com alegria nas pernas e um atacante que redescobriu o artilheiro que é, vencemos! Vencemos com a turma lá de trás, zagueiro cuja camisa anterior era pequena demais e que merecia uma história maior, simplesmente o herói da final, ou mais um deles. A outra torre, um líder nato, companheiro deles, tão acionado na hora das suspensões, é igual vinho, o conhecemos bem e vimos que quanto mais velho melhor e pra finalizar um que nem teve muito tempo de jogar, mas, ainda assim, salvou umas duas bolas em cima da linha do gol em partida decisiva. Vencemos com um legítimo lateral-esquerdo que a torcida tanto pedia no banco e uma invenção pela esquerda, que a Massa tanto contestava, em campo. Vencemos também com o irmão deste último que por pouco não virou vilão, mas se salvou pela excelência ao cobrar pênaltis.

Vencemos na disciplina de um volante, na raça de outro e no jeito carregador de piano, mineirinho de outro mais adiante, mesmo sem este ser mineiro. Vencemos quando colocamos um Galo doido em campo, maluco, maluquinho, mas com uma tamanha vontade de resolver tudo, de vencer. Tem sangue quente o maluco. Tem também aquele que corria errado, mas corria muito, caía muito também, vencemos com ele. Procuramos em tantos lugares o dono da lateral-direita e ele estava debaixo do nosso nariz, simplesmente na nossa base, teve seus méritos e até à Seleção chegou. Uns chegaram de fora, ou subiram da base em plena competição e agradaram pela qualidade. Como não citar aquele que passou de vilão a mocinho na semifinal? Entendemos agora porque o mundo conspirou para ele se manter no elenco!

Vencemos quando entendemos que o gênio é apenas um menino que gosta de jogar bola e por isso chegou ao status de ‘Gênio’. Simplesmente, o deixamos jogar... Pra quê marketing? Não é presidente?  Vencemos quando encontramos um cara com a fé do tamanho da nossa e o colocamos no comando disso tudo. Ás vezes, me pergunto se ele sabia que essa ‘bagunça’ que ele arrumou daria tão certo, ou mesmo, se ele teve o controle disso no início. Acima dele, só o poderoso chefão. Como é preciso escolher super herói, religiosa que sou, fico com um santo! Um zeloso guardado do gol Alvinegro que vive das mãos, mas foi imortalizado pelo pé esquerdo.

Dispenso nomes, fico com a emoção que cada um me passou. Tenho a certeza que o Atleticano identificou cada jogador citado nas linhas acima.

Ah vencemos o vento, finalmente o vencemos. E, também, o ‘quase’, a inexperiência na competição, o temor de pênaltis, 77, 81, 99, 2012, Wright, Aragão, Márcio Rezende e Simon. Vencemos a nós mesmos. Mais que nunca a energia que veio das arquibancadas fez a diferença, aqui e na Argentina.

Se no início julgávamos estar diante do melhor Atlético de todos os tempos. De fato estávamos! Enfim, libertados para todo o sempre amém!

E, aqueles 22 meninos que começaram tudo lá atrás podem, enfim, descansar em paz, embora eu tenha certeza que eles não queiram.

Atlético Mineiro – CAMpeão da Libertadores de 13.
“Atlético sonho meu” mais real!


Um mundial seria pedir demais, para uma turma que esperou isso por tanto tempo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário